Sintep-MT destaca abstenção recorde no Enem e a ingerência dos governos na Educação Pública durante a pandemia

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) edição 2020, que terminou no último Domingo (24/01), teve o maior número de desistentes desde a reformulação da prova, em 2009. Em todo o país, foram cerca de 5,5 milhões de inscritos, sendo que mais de 3 milhões (55,3%) se ausentaram na data de realização da prova.

Em Mato Grosso, as abstenções superaram a média nacional. Dos 98.924 inscritos na prova, apenas 39.466 (39,9%) compareceram. Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), Valdeir Pereira, o fato de mais de a metade dos estudantes do estado (60,1%) terem desistido de realizar o exame, mostra que a falta de atenção dos governos Mauro Mendes e Bolsonaro à Educação, frente à pandemia, provocou um profundo desânimo entre os estudantes que tiveram que escolher entre fazer o Enem ou a saúde de suas famílias. “Com a situação de calamidade na saúde, o cenário em todos os segmentos ficou atípico e precisou de adaptações. Ocorre que, faltou um plano de ação que pudesse atender, de maneira mais assertiva, às necessidades desses estudantes, que não sentiram segurança em realizar o teste”, disse Valdeir.

Para o sindicalista, um outro problema poderá se revelar este ano já nos próximos dias: a evasão escolar, principalmente, entre os jovens que estão cursando o Ensino Médio. “Ouvimos muitos relatos de professores, sobre a desistência dos estudantes em continuar os estudos que, durante a pandemia, não tiveram outra alternativa, que não fosse procurar um trabalho que garantisse uma renda extra para ajudar com as despesas da família. Muitos desses jovens, podem não voltar à escola neste próximo ano letivo”, alertou o presidente do Sintep-MT.

O sindicalista ainda destacou que, mesmo com os inúmeros pedidos de adiamento do exame devido à nova onda de casos de Covid-19 no país (cenário acompanhado por MT), a data de realização do teste foi mantida. “O Enem é a principal forma de ingresso em instituições públicas de ensino superior, pelo Sistema de Seleção unificada (Sisu). Os estudantes que querem ter uma chance de fazer um curso superior em instituição pública, sabem que precisam dessa nota; mas qual foi o estímulo que esses estudantes do ensino médio da rede pública tiveram, uma vez que muitos não puderam sequer assistir às aulas online, por não terem em casa computador ou internet de qualidade?”, questiona Valdeir. “O que nós precisamos daqui pra frente, é pensar em estratégias para evitar que esse estudante, já tão abalado pela pandemia e as dificuldades na aprendizagem no ano passado, não desanime de vez e desista da escola. Pensar em como atrair e fornecer um acesso de qualidade ao ensino público, é obrigação dos gestores e requer investimento financeiro robusto para não ficar no ‘faz de contas’, como tem feito a SEDUC, que não tem apoiado estudantes e trabalhadores da educação”, critica o presidente do Sintep-MT.

Fonte: Assessoria/Sintep-MT.

Cuiabá, MT - 27/01/2021 10:36:26


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