Dirigente do Sintep/MT defende planejamento para retorno às aulas presenciais

O dirigente do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), Henrique Lopes, reafirmou durante entrevista remota ao site Olhar Direto, no Instagram, sexta-feira (05/02), que volta às aulas na rede pública de ensino apenas com imunização dos profissionais e estudantes.

Segundo Henrique Lopes, mais do que defender a volta às aulas é preciso saber em que condições elas se darão. O dirigente do Sintep/MT e presidente estadual da CUT-MT destacou a falta de estrutura das escolas públicas para receber os estudantes e profissionais de forma presencial. “A Escola Pública é um espaço diferente de qualquer outro, reúne a representação do extrato da sociedade, principalmente dos menos favorecidos”, destaca. 

Conforme o dirigente, os trabalhadores da educação são os que mais desejam voltar para a escola. “Acabou a privacidade dos celulares dos professores que estão na mão do mundo”, destacou reafirmando o acesso ininterrupto da jornada de trabalho atendendo estudantes que, por vezes, só têm a chance de tirar dúvidas quando os pais chegam em casa, com o único celular da família. 

Planejamento

Na entrevista, o professor destacou o necessário planejamento do governo para que as aulas remotas em 2021 não repitam o “desastre” do ano anterior, em virtude das questões econômicas, da falta de acesso à internet e a equipamentos, que deixou de fora muitos estudantes. Segundo ele, as aulas remotas em 2020 foram um desafio para os professores que, mesmo com salários defasados, correram atrás de equipamentos mais potentes para atender a demanda. 

Henrique Lopes defendeu a volta às aulas presenciais dentro de um planejamento processual saindo das aulas remotas, passando pelo ensino híbrido até a volta às aulas presenciai. Sustentou o argumento, convidando os pais e responsáveis para conhecerem as escolas públicas e avaliarem se há condição de mandarem os filhos sem que corram risco de contaminação. “Os jovens na flor da idade não se comportam como adultos”, referindo-se ao não cumprimento do protocolo de segurança.    

Negacionismo

O sindicalista lembrou dos debates “simplórios” que subestimaram a pandemia, o negacionismo, os medicamentos sem eficácia, e o argumento de pessoas que compararam a ida a bares, shopping center e festas e assim poderiam também frequentar as escolas. “Não se pode comparar esses ambientes com a escola. Bares e shopping eles vão por opção, escola é obrigação”, disse.

Para Henrique Lopes são necessárias ações imediatas do poder público, que segundo ele deve se “debruçar” sobre essa nova realidade, apontando que não será a única conforme dados da Organização Mundial de Saúde. Para os trabalhadores da educação, o sistema remoto precisa assegura o direito do estudante da escola pública e a educação de qualidade e assim, controlar a evasão escolar. 

O dirigente, que é suplente de deputado estadual, lembrou o trabalho singular da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, em 2020, que apontou projetos de lei estruturantes com foco na regulamentação do trabalho do professor, compra de dados de internet e equipamentos para os estudantes, em período de pandemia.  Lopes concluiu afirmando que o retorno das aulas presenciais precisará de preparação. Para ele, antes de se pensar no ensino hibrido, antes da imunização, é necessário que sejam asseguradas medidas como a testagem, o uso de álcool em gel, máscaras, conscientização e a sensibilização das pessoas sobre essas práticas.

Assessoria/Sintep-MT
Cuiabá, MT - 06/02/2021 10:03:41


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