A senadora Marta Suplicy
(PT-SP) pediu em Plenário nesta terça-feira (15) que os eleitores se posicionem
diante dos deputados e senadores que ajudaram a eleger quanto ao Projeto de Lei
da Câmara 122/2006, que criminaliza a homofobia. Para a senadora, a sociedade já está sensível à
questão, mas os parlamentares ainda temem desagradar os eleitores votando
favoravelmente ao projeto.
- A maioria dos deputados e
senadores nunca levou o tema para seus eleitores, porque não é um tema
pertinente para a maioria dos senadores e, muitas vezes, também para os
eleitores. Então, cria-se um clima de dificuldade, de certo receio, de como é
que o meu eleitor vai se posicionar. Mas ele [o senador] não sabe que seu
eleitor não é contra, que acharia muito bom que acabasse essa violência no
Brasil e que a lei fosse realmente implementada - defendeu a senadora.
Marta Suplicy contou que
recebeu na manhã desta terça-feira, das mãos da comunidade LGBT, a proposta de
que o PLC 122/2006 retorne ao texto original apresentado pela ex-senadora
Fátima Cleide. Relatora da matéria na Comissão de Direitos Humanos e Legislação
Participativa (CDH), a senadora acredita ser mais "razoável", no entanto, voltar
ao texto aprovado na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), uma vez que as
negociações para um projeto de consenso não estão progredindo.
A senadora afirmou que
ninguém no Congresso e na sociedade é a favor da violência. Até mesmo aqueles
que são contra o projeto não são a favor da violência. Na prática, porém, a
violência contra homossexuais tem aumentado, seja com assassinatos, pancadaria,
discriminação, boicote. A senadora destacou que a proposta conta com o apoio
forte da mídia - novelas, como Insensato Coração, exibida pela TV Globo, tratou
do assunto homofobia em seus capítulos.
- Sabemos que é um assunto
polêmico, no Brasil, para deputados, senadores, para os políticos. E acredito
que a grande transformação virá na hora em que tivermos a sociedade se posicionando
- afirmou.
A senadora participa nesta
terça do seminário "Diferentes, mas iguais", promovido pelo Senado para
discutir o papel do Estado na construção de uma sociedade de respeito à
diversidade; políticas positivas de combate à homofobia e aspectos
constitucionais e legais da criminalização da homofobia, entre outros temas.