Piso salarial, diretrizes nacionais de carreira e desenvolvimento profissional. Este foi o mote do colóquio 1, que integrou o Eixo IV da etapa estadual da Conferência Nacional de Educação (Conae). A palestra foi ontem (05) ministrada pelo secretário de Comunicação do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), Júlio Cesar Martins Viana. O sindicalista vê com muito otimismo os resultados que serão alcançados com a Conferência. "Este é um momento em que reafirmamos nossas convicções e nos projetamos em um outro cenário", afirmou.

Dentre os assuntos abordados na palestra, Júlio Viana ressaltou a necessidade da valorização social dos trabalhadores. "E isso passa pela legitimidade do nosso trabalho. Hoje, com múltiplas jornadas de trabalho, com a desvalorização profissional e com a precariedade do ensino, não é possível avançarmos", destacou. Para esta evolução, o sindicalista conclamou todos os profissionais a se manterem mobilizados. "Os direitos nunca são concessões. Eles são, e sempre serão, conquistas", complementou.

Para exemplificar a facilidade com a qual o piso salarial de R$ 1.132,40 pode ser implementado nas redes municipais, o secretário de Comunicação do Sintep/MT fez um cálculo. De acordo com ele, com os recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), que equivale a 70% dos repasses, um aluno somente vale R$1.899,69 por ano. Este valor, multiplicado, por 27, que é o número médio de alunos por sala, em Mato Grosso, segundo o censo escolar do Ministério da Educação (MEC), já seria suficiente para a aplicação do piso.

O professor Denílson Brito de Almeida, de Juara (690 km de Cuiabá), elogiou a palestra. "O ponto principal do debate sobre o piso é o fato de que a partir deste encontro teremos mais ferramentas para lutarmos pela implantação daquilo que está na lei, mas que infelizmente nossos gestores insistem em ignorar".

Sob a coordenação da secretária de Formação Sindical do Sintep/MT, Marli Keller, o colóquio 2 abordou as políticas de prevenção e de atendimento à saúde dos trabalhadores em educação. No auditório, a palestrante Genivalda Cravo explanou sobre os malefícios da síndrome de burnout, distúrbio psíquico de caráter depressivo, precedido de esgotamento físico e mental intenso. "As consequências desse problema atingem toda a sociedade, com efeitos nefastos", salientou.

Para a sindicalista, a escolha do tema por parte da coordenação não poderia ter ocorrido em melhor hora. "Muitos dos trabalhadores, por conta das jornadas de trabalho extenuantes, passam por esse problema. E aqui é possível haver a criação de propostas para sanarmos este problema", completou.

"Política nacional de formação dos profissionais da educação: articulação entre Ministério da Educação, sistemas de ensino e instituições públicas de educação básica e superior". Este foi o tema do colóquio 3 do IV Eixo, sob a coordenação do secretário de Políticas Educacionais do Sintep/MT, Henrique Lopes do Nascimento. Para a senadora Serys Marly (PT-MT), presente ao Conae, o encontro fortalece o debate regional, preconizado pelo governo Lula. "Foi assim com as mulheres, com os índios e com a saúde. Isso porque atinge as especificidades de cada região e marca a construção das políticas públicas respeitando as demandas da sociedade", finalizou.


Fonte: Pau e Prosa Comunicação

 

Cuiabá, MT - 06/11/2009 00:00:00


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