Em 22 dias de paralisação os trabalhadores não receberam proposta do governo

Os trabalhadores da educação da rede estadual de Mato Grosso montaram acampamento na tarde desta segunda-feira (2) na Capital para reforçar o movimento grevista que conta com a adesão de 90% da categoria. A mobilização por tempo indeterminado é consequência da falta de proposta concreta por parte do governo que vise atender os itens reivindicados pelos educadores. Em reunião esta tarde com o governo e Legislativo, os membros do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT) não receberam propostas concretas que atendam as reivindicações.
Em um grande ato público no Centro Político e Administrativo de Cuiabá o movimento grevista da educação, que iniciou no dia 12 de agosto, se mostrou consolidado. Cerca de 1,5 mil trabalhadores do Estado partiram do monumento Ulisses Guimarães em direção ao Palácio Paiaguás.
A manifestação da categoria próximo de onde ocorria a reunião entre o Sintep/MT, o Executivo e Legislativo, prolongou ainda mais a reunião de trabalho. Com palavras de ordem e exigência de mais valorização à categoria, os trabalhadores conseguiram chamar a atenção dos gestores públicos.
A vice-presidente do Sintep/MT Miriam Botelho destacou que o chamamento para a reunião foi um sinal de que a greve já provoca reação entre as autoridades. "O governo está acuado e durante a reunião nós afirmamos que acima da justificativa de não atender a pauta da categoria por causa da LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), eles têm que cumprir a LDB (Lei de Diretrizes Básicas)".
Miriam ainda apontou que o gasto com o pagamento de aposentadorias não pode incidir na folha da educação e que a categoria precisa de reais investimentos para ser valorizada.

Reunião de trabalho

Foram 3 horas de reunião entre o Sintep/MT, o secretário da Casa Civil Pedro Nadaf, o secretário da educação Ságuas Moraes, o deputado Alexandre César (PT) e o governador Silval Barbosa. Representando a categoria o presidente do Sintep/MT Henrique Lopes do Nascimento, a vice-presidente Miriam Botelho e o secretário de articulação sindical Julio Martins Viana participaram da reunião.
"Não teve nenhuma proposta de concreto por parte do governo do Estado. O que ocorreu foi uma abertura de diálogo que não existia", diz Henrique. Durante as discussões em torno da política de dobrar o poder de compra dos trabalhadores em um prazo de até 7 anos, o Sintep/MT defende as condições que esta reivindicação pode ser atendida e cobrou um posicionamento.
De forma não oficial o governo acenou para o incremento dos investimentos na pasta, passando de 25% para 27% dos recursos. Neste caso, a folha de pagamento poderia ser composta por 65% dos recursos do orçamento ao invés do limite atual de 60%. Julio Viana disse que o caminho possível é positivo, mas insignificante para a pauta de reivindicação da categoria. "O que tivemos de mais positivo foi eles reconhecerem os nossos estudos". Logo após a reunião e no acampamento com os trabalhadores, o secretário de articulação sindical lembrou da importância da greve. "O que eu sempre me surpreendo é como podemos transformar um limão em uma limonada. Cada um de nós sabe o porquê está aqui. A mínima conquista é resultado da nossa vitória, do nosso enfrentamento e eu me orgulho de estar aqui".

Encaminhamentos da greve

Ao final da reunião o presidente do Sintep/MT pontuou a necessidade de permanecer com as atividades paralisadas e levar os trabalhadores que ainda persistem em comparecer ao serviço para o movimento. "Nós perguntamos para o governo. Do que adianta vontade política se não apresentaram efetivamente propostas?".
A pressa nos grupos de trabalho já instalados para avaliar reivindicações da categoria nos últimos anos foi solicitada pelo governador. Amanhã, às 9h, terá uma reunião na Secretaria de Estado de Educação (Seduc) para acelerar os encaminhamentos. Paralelo a esta atividade na sexta-feira (6), às 9h, será realizada uma audiência pública na Assembleia Legislativa sobre os rumos da educação em Mato Grosso. O objetivo é explorar a pauta de reivindicações que propõe melhorias na qualidade do serviço público prestado à população.
O acampamento conta com cerca de 50 pessoas, que permanecerão na lateral do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) até que a pauta de reivindicações da categoria seja atendida.
Além desta mobilização os trabalhadores que retornaram ao interior estão com a meta de paralisar os Centro de Formação e Atualização de Professores (CEFAPRO) e as assessorias pedagógicas, que ainda continuam com as atividades.

Foto: Jocil Serra
Cuiabá, MT - 02/09/2013 00:00:00


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