Paralisação das atividades na rede estadual completa hoje 25
dias
O governo
estadual posterga a greve dos trabalhadores da rede estadual de ensino. Hoje o
Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT) foi
informado de que a reunião prevista esta semana com o governador foi adiada.
Silval Barbosa pediu tempo para analisar os estudos encaminhados pela
Secretaria de Estado de Educação (Seduc) e apontou que irá ter um posicionamento
a partir de segunda-feira (9).
Para o presidente do Sintep/MT Henrique Lopes do Nascimento a atitude demonstre
o descompromisso do Executivo com a categoria. Ele lembra que na segunda-feira
(2), quando ocorreu uma reunião com Silval e demais secretários foi demonstrada
pressa para que houvesse o atendimento da pauta de reivindicações da categoria,
que exige por exemplo, a implementação de política que dobre o poder de compra
dos trabalhadores em até 7 anos.
"O Silval havia autorizado os 27,2% das receitas para a educação ao
secretário de Ságuas Moraes e na sequência fizemos o grupo de trabalho. Mas,
hoje pediu tempo para analisar. Desta forma o que temos a reafirmar é que a
greve continua diante da ausência de respostas".
O incremento de recursos para a educação foi discutido durante as reuniões do
grupo de trabalho na terça-feira (3). Junto com os técnicos da Seduc, os
representantes do Sintep/MT comprovaram que é possível realizar este
investimento com a perspectiva de atender a reivindicação dos trabalhadores e
por consequência prestar mais qualidade do serviço à população.
De acordo com Henrique o aumento de 10,41% previsto para os próximos anos
poderia ser incorporado aos salários já este ano retroativamente. O presidente
do Sintep/MT lembra que a Constituição Estadual prevê 35% dos recursos advindos
da receita do Estado sejam destinados à educação e por isso, o governo ignora o
mínimo determinado.
Henrique diz que a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) não pode ser
justificativa para as implementações, uma vez que irregularidades são práticas
frequentes dentro da própria folha de pagamento da educação. Os rendimentos dos
aposentado incidem sobre a folha, retirando recursos de direito da área.
"Depende única e exclusivamente do governador. É bom deixar claro que nós
temos uma greve histórica, com mais de 90% dos educadores aderindo ao
movimento. Por isso, aguardamos uma proposta efetiva.