O Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT) debateu durante o Conselho de Representantes, sábado (21.05), em Cuiabá, a Privatização e Terceirização da Educação em Mato Grosso. A Análise de Conjuntura Nacional foi apresentada pelo professor, Luiz Carlos de Freitas (Unicamp).

Freitas pontuou que privatização da educação, maquiada com o termo de parceria público privada, no programa MTPAR, é semelhante ao já ocorre em Goiás e São Paulo. Segundo o professor, ela é uma cópia do que já existe, há mais de 25 anos, em países como Estados Unidos e Chile. Modelo, destacou, que se confirmou ineficaz para garantir a qualidade da Educação. “Ela é um mecanismo que visa resolver a crise fiscal e não educacional. A proposta quer solucionar problemas de caixa dos governos federais e estadual” destacou.

O processo de privatização que ocorre na educação brasileira se sustenta na desqualificação da escola pública a partir da implantação de avaliações. “A proposta é destruir a imagem da escola pública, apresentando metas inatingíveis, que não serão alcançadas. A partir daí, desqualificar para justificar a privatização”, esclarece. Cita como exemplo a implantação de processos avaliativos de conhecimento, com exames padronizados para todos os estudantes, priorizando apenas o português e matemática. ”No Brasil, além do Ideb, e em breve teremos o IDD - Índice de Diferença de Desempenho, que traz com ele, o índice de valor agregado”, destaca.

Bonificação

O IDD visa ‘medir’ o conhecimento do estudantes no início e no final do ano letivo para averiguar o quanto o professor conseguiu agregar de conhecimento a esse estudante.  Segundo o palestrante, esses índices abrem brechas, como acontece em alguns países, para gerar a implantação da bonificação para os professores. Gera com isso competitividade desleal, já que cada professor vive uma realidade, e precariza os salários. “A ideia de índices de aprendizagem contraria as pesquisas educacionais que constatam que 60% do aprendizado dos estudantes depende de fatores fora da sala de aula, 20% da escola e desses o professor agrega 15%. Os demais 20% ninguém sabe”, relata.

As medidas, para o controle do processo educativo e da gestão, inserem propostas de padronização da aprendizagem, buscando transformar o educador em um técnico, mero executor de tarefas pré-determinada. “O controle ideológico impede a criticidade para produzir as transformações sociais e a escola deixa de ser emancipadora da classe trabalhadora”, afirma.  O processo privatizante, conforme se apresenta, diz ele, é um agressor da educação pública e compromete o direito das crianças e adolescentes aprenderem.

A proposta conforme Freitas é introduzir um mercado lucrativo. Dados da economia americana revelam movimento de milhões de dólares, com empresas especializadas na elaboração de treinamento, currículos, apostilas e outras. Mas não apresentam resultados para a boa educação. “A Educação nos Estados Unidos não teve alteração nenhuma nos índices dos últimos dez anos. E mais, as pesquisas comprovaram que a qualidade de ensino das OSs americanas são iguais ou piores que os da escola pública”, citou.

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Assessoria/Sintep/MT

Cuiabá, MT - 22/05/2016 11:28:06


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