O ano será de enfrentamentos nas ruas e nas urnas. Essa foi a conclusão apontada após análise de conjuntura do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), na abertura do primeiro Conselho de Representantes de 2018, sábado (03.03). 

O cenário políticos, econômico e social, nacional e internacional foi traçado pelo educador popular, Jeová de Lima Simões. E, o panorama estadual foi feito pelo presidente do Sintep/MT, Henrique Lopes do Nascimento. Em ambos, a avaliação e que o ano será de muita disputa para manter direitos. Também integraram a análise o dirigente Carlito Pereira da Rocha e a vice-presidente do sindicato, Jocilene Barboza, que ressaltou o papel das mulheres nessa resistência.  

Henrique Lopes lembrou que as reformas, principalmente as que cortam investimentos tanto a federal - Emenda Constitucional (EC) nº95, como a estadual - EC nº 81, serão as grandes ameaças para a efetivação dos Planos de Carreira e até mesmo os Planos Nacional, Estadual e municipais de Educação. “Teremos que nos organizar para os enfrentamentos que serão vários ao longo deste anos”, disse o presidente do Sintep/MT.

Conforme ele, o desmonte do papel social do estado apresentado nos últimos anos, resultaram nas perdas de direitos sociais e retrocederam as conquistas em 100 anos. Além das emendas do novo regime fiscal, que penalizará o ente mais fraco que são os municípios, tivemos a ampliação da Desvinculação de Receitas - DRU, reforma do Ensino Médio, Terceirização, Reforma Trabalhista. “A subtração de direitos para favorecer o capital financeiro internacional vai ser sentida ao longo de 2018”, assegurou.

Desequilíbrio

O professor Jeová Simões lembrou que a análise de conjuntura é a oportunidade de obter conhecimento para pensar nas ações nos municípios e estado. Neste sentido, a tomada de decisões local está ligada ao que acontece no mundo. Ele cita geopolítica e dá como um dos exemplos o realinhamento bélico no planeta, cujo os investimentos em armas demandam interesse mundial das grandes potências, porque está entre as três atividades financeiras mais lucrativas, só perdendo para comida e na frente do comércio de drogas. “Um tiro tem um custo muito alto, envolve muito dinheiro. No Brasil é mais caro do que montar uma escola, por tudo o que está por traz, como arma, munições, treinamentos”, destacou.

Diante desse cenário destaca que é preciso refletir que tipo de debate é feito sobre o realinhamento bélico. Quanto se investe nele, que tipo de confusão é feita por causa dele. A defesa da militarização, conforme ele, quer dizer alguma coisa. “Esses interesses não estão preocupados com o social, com o grupo é individual. Se tiver como, tranca a casa, põem grade lá e compra uma arma. Educação é a privada, para quem puder, quem não puder fica sem”, disse. 

Simões citou ainda a disputa pela água, como matéria prima de escassez no mundo, o esgotamento da terra com a monocultura, realidade em muitos países que justificaria os investimentos em viagens espaciais.  Tudo isso para alertar que, ou a sociedade pensa num projeto de país diferente, com investimento na agricultura sustentável, por exemplo, com discussão na dimensão social da produção, ou caminhará para a barbárie. Nesse sentido, disse, a discussão bélica resolveria. 

Sentido de classe

O professor e diretor regional Carlito Pereira abordou a necessidade de conscientização dos educadores para essa realidade e para a defesa de um projeto social que atenda as expectativas da classe trabalhadora. “É preciso que os profissionais da educação tenham consciência de classe trabalhadora. Não temos o meio de produção, não temos a terra, porque então defender os interesses do patrão”, destacou,

Finalizando a vice-presidente do SIntep/MT, Jocielene Barboza, ressaltou que as políticas imposta hoje a população brasileira, com as leis em vigor, que conduzem as mulheres a condições de um século atrás. “Elas colocam em xeque avanços pela igualdade entre homens e mulheres e implantam o retrocesso”, alertou. Conforme ela, será preciso reagir logo.  

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Assessoria/Sintep-MT

Cuiabá, MT - 03/03/2018 19:39:31


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