Os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) têm cada vez menos opções de atendimento para urgência e emergência no estado. Foi o que constatou o Conselho Estadual de Saúde (CES) durante a visita ao Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá (PSMC) na manhã de segunda-feira (05.03). Apesar de algumas melhorias terem sido feitas na unidade, a alta demanda continua, inclusive da Bolívia e do Paraguai.

O caos da saúde, que em diversos casos termina com pacientes encaminhados para o PSMC, pode ser visto nos corredores. Situação ainda presente, mesmo com o decreto da Prefeitura que limita o número de pacientes à capacidade de atendimento. Foi registrado uma redução de 50% no número de internos em locais inadequados, antes chegavam a 120 distribuídos pelos corredores e a chamada ala vermelha, espaço destinado a pacientes em estado grave. Na unidade hospitalar também foi constatado pelos conselheiros melhorias na limpeza efetuada.

Referência estadual no atendimento de queimados e traumas oftalmológicos, o Pronto-Socorro, segundo informou a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), sofre atrasos nos repasses financeiros do Estado, na ordem de R$ 62 milhões. Outro problema apontado pela SMS é a falta de empresas interessadas nos processos de concorrência para aquisição de material hospitalar, o que tem como consequência a falta de medicamentos e insumos.

"Queremos pedir a ajuda do Conselho Estadual de Saúde, pois a nossa situação é grave. Recebemos pacientes do interior, de países vizinhos e até de pacientes do MT Saúde, que não têm onde serem atendidos, e a nossa estrutura não suporta essa demanda, ainda mais com os atrasos nos repasses. Os profissionais estão sobrecarregados e estão doentes por causa disso", afirma a subsecretária municipal de Saúde, Dúbia Campos.

Para o secretário de Finanças do Sintep/MT e conselheiro estadual de Saúde, Orlando Francisco, é preciso denunciar os problemas com repasses, além de informar à população quais são os procedimentos realizados nas policlínicas e Unidades de Pronto-Atendimento (UPA), para evitar que a maioria dos casos termine no Pronto-Socorro.

"O Estado recebe recursos da União para repassar aos municípios e isso precisa chegar até às unidades de saúde. Outro ponto que precisamos aprofundar o debate é se os repasses atrasados são verba carimbada do Ministério da Saúde, que vem para uma utilização específica. Porque se for verba carimbada o Estado vai ter que responder por isso", explica Orlando.

Entre os encaminhamentos do Conselho Estadual de Saúde estão a produção de um relatório sobre a visita ao PSMC, assim como uma reunião que envolverá a Secretaria Municipal de Saúde, Ouvidorias do município e Estado, Vigilância Sanitária, Conselho Municipal de Saúde de Cuiabá e os 92 conselhos gestores da Capital.

Assessoria Sintep/MT

 

Cuiabá, MT - 05/03/2018 17:02:34


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