Na análise de conjuntura feita pelo Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), na abertura do Planejamento Estratégico, ontem (16,07), em Cuiabá, os três palestrantes convidados - o educador popular Jeová Simões, o dirigente Júlio Viana e o secretário de redes municipais do Sintep, licenciado, Henrique Lopes – refletiram sobre o que o projeto de pais desenhado pelo atuais gestores, tanto na esfera nacional como estadual e municipais refletem na luta sindical.

A abordagem do educador popular, Jeová Simões, extrapolou territórios. E, por meio da análise da geopolítica, apontou as ameaças para as conquistas dos trabalhadores e das trabalhadoras da educação em Mato Grosso.

Conforme ele, para além do neoliberalismo implantado a partir do consenso de Washington (1989), que traz a onda privatista e a estratificação social em poucos ricos e muitos pobres, a política de dominação americana de Donald Trump, apresenta conceitos reacionário no quesito direitos humanos. Manifestações públicas já revelaram o racismo e a xenofobia do presidente americano. “Manifestos que impregnam não apenas a economia e a política, mas também a cultura de vários países”, disse.

Presente, passado e futuro

Avaliando as lutas do sindicato, o veterano Júlio Viana, secretário de articulação sindical do Sintep/MT, acredita que muitos dos enfrentamentos feito pela categoria atualmente, não são novos. O fato destaca a importância de se conhecer a história de luta do sindicato para reconhecer nas conquistas que se tem hoje, o quanto se avançou e como estão tentando retirá-las.

Segundo Viana, o que muitos chamam de corporativismo se traduz na luta coletiva que assegurou a qualificação dos profissionais, carreira e piso salarial. “Em 88 quando iniciamos o sindicato, 40% dos professores não tinham graduação. Não havia salários, tínhamos remuneração, que são coisas diferentes. Hora-atividade, carreira e gestão democrática foram lutas da década de 80 que asseguraram as conquistas que temos hoje”, diz.

As lutas se traduziram em 60% dos profissionais com curso superior, acima do exigido; um piso salarial estabelecido para os profissionais da carreira, pois até então somavam-se os chamados penduricalhos retirados quando se entrava na aposentadoria. Não havia enquadramento salarial por classe, tãopouco a unificação dos profissionais da educação, com equiparação salarial dos funcionários, hoje qualificados. Até então, a grande maioria tinha até o quarto ano ou eram analfabetos. Uma ironia para quem atuava numa escola. 

Desmonte social

“O panorama atual, apesar dos avanços conquistados na rede estadual pós Concurso Público de 2017, Lei da Dobra do Poder de Compras, derrubada do projeto de Parcerias Público Privada (PPP) na Educação, é muito preocupante nas redes municipais”, destacou o secretário de redes municipais licenciado, Henrique Lopes.  

Conforme ele, a política de desmonte de direitos sociais promovida pela Lei do Teto de Gastos, aumento da Desvinculação de Recursos da União (DRU), de 20% para 30%, Lei da Terceirização, Reforma Trabalhista e a ameaça da Reforma da Previdência serão retrocessos ainda maiores para a Educação Pública em todas as redes.

Assessoria/Sintep-MT

Cuiabá, MT - 17/07/2018 18:51:54


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