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“Vida e abundância” definiu a professora doutora Ozerina Victor, especialista em Currículo, sobre a apresentação cultural da chiquitana brasileira, Vanda Copacabana Vilas Boas. A mostra folclórica do povo Chiquitano, à plateia do Encontro Extraordinário de Educação do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso, conferiu história e poesia à apresentação musical.
Mergulhando nas raízes chiquitana, Vanda fez o resgate da ocupação dos indígenas latinos, por todo o território, hoje dividido entre Bolívia e Brasil. Dizimados pela doutrinação jesuíta, tiveram por algum tempo a cultura sufocada na região. O resgate de toda a riqueza contida nessa cultura está sendo feito pela educadora e familiares, a partir da vila onde mora, em Santa Clara de Monte Cristo – no distrito Ponta do Aterro, em Vila Bela da Santíssima Trindade, Mato Grosso.
De uma coordenada do mapa mundi, a educadora Vanda Vilas Boas levou para os representantes dos municípios de Mato Grosso, presentes no evento do Sintep/MT, uma ressignificação de currículo. Como pano de fundo, ela proporcionou o show de música chiquiitana, tocada em instrumentos típicos, como a flauta e a caixa (tambor). Assessorada por membros de sua família chiquitana, mostrou os artefatos produzidos como potes de cerâmica, cochos de madeira e recipientes da tradicional bebida típica do povo Chiquitano, a chicha, produzida a partir da mandioca ou do milho.
A apresentação de Vanda revela a busca dos chiquitanos brasileiros por sua cultura e língua, com objetivo de fortalecer a identidade étnica. Aos poucos, estão se organizando e reclamando para si seu reconhecimento enquanto indígena brasileiro. Pesquisas feitas pela Universidade Federal de Mato Grosso revelam que através da retomada da língua, de cantos, de ritos e da demarcação de suas terras, evidenciam aos interesses hegemônicos que eles não perderam e nem esqueceram o seu passado.
Assessoria/Sintep-MT
