Na quarta-feira (11/3), a Comissão de Educação do Senado debateu a aprovação imediata do novo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), na perspectiva do relatório da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 15/2015, apresentado pela deputada Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO).

O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Heleno Araújo, ressaltou a importância da votação o quanto antes. “Se não aprovarmos, o desastre vai ser grande. Isso aponta a perspectiva de fechar ao menos 50% das escolas públicas municipais, por não terem condições de pagar salário e nem de manter as escolas funcionando”.

De acordo com a deputada Professora Rosa Neide, vice-presidente da Comissão Especial da PEC 15/2015, a votação do novo Fundeb é estratégica para a garantia do direito à educação e a sua constitucionalização é o desejo de todos que lutam pela educação pública, a melhoria da qualidade e o desenvolvimento soberano do País. “Mais crianças, jovens e adultos ainda precisam de escolas, por isso precisamos de recursos novos e maior complementação da União”.

A proposta da Professora Dorinha sugere maior participação do governo federal no financiamento da educação básica. Entre as alterações, está o aumento da participação da União no aporte de recursos para o Fundo dos atuais 10% para 20% em 2026, começando em 2021 em 15 % e a partir daí o aumento é de um ponto percentual a cada ano até chegar em 20% em cinco anos.

Para Catarina Almeida, coordenadora do Comitê DF da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, a complementação do governo federal deveria ser de 40%. “Estudos demonstram a necessidade de uma complementação maior da União para que os estados e municípios tenham a real capacidade de garantir uma educação de qualidade. É possível garantir acesso, permanência e conclusão, mas se não tiver qualidade e um processo de formação efetivo, esse direito a educação não foi alcançado de acordo com a constituição. A qualidade está na base de tudo”, enfatiza.

Nalú Farenzena, presidente da Associação Nacional de Pesquisa em Financiamento da Educação (Fineduca), defende que a destinação dos recursos devem ser somente a educação básica pública, sem redirecionamento para o setor educacional privado. Segundo ela, o Fundeb beneficia 38 milhões de alunos, o que corresponde a 18% da população brasileira. “É necessário defendermos a preservação dos avanços que foram alcançados, na perspectiva da sua constitucionalização de modo permanente, com ampliação significativa dos recursos de complementação da União, para garantir imediatamente a implementação".

Prazo

Fátima Bezerra, governadora do Rio Grande do Norte, afirmou que a educação tem que ser tratada com caráter suprapartidário. “A vigência do Fundeb está terminando e eu confesso a vocês que eu pensei que não ia viver um momento como esse. É doloroso e revoltante, ver a agenda mais importante do Brasil, que é a agenda da educação, ser desprezada pelo governo federal”.

O senador Jean Paul Prates (PT-RN) reiterou que a votação tem que acontecer até a metade deste ano para que o governo federal tenha tempo de colocar no orçamento de 2021. 

Também participou da audiência Pedro Gorki, presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes). (Com informações da Agência Senado).

CNTE

Cuiabá, MT - 12/03/2020 16:35:56


Print Friendly and PDF

Exibindo: 1351-1360 de 7589

Facebook

Curta nossa página no Facebook

Twitter

Siga nosso perfil no Twitter