Falta de segurança sanitária coloca em risco o retorno às atividades na rede estadual

A falta de adequações ou mesmo de recursos para aquisição de equipamentos de segurança contra a Covid-19, gera indignação dos profissionais da educação da rede estadual, diante da convocação para retorno imediato, às atividades nas unidades escolares. 

Em orientativo enviado para as escolas, a Secretaria de Estado de Educação, embasada pelo decreto governamental nº 658/2020 que restabelece as atividades presenciais no poder executivo estadual, convoca todos os profissionais da educação, até mesmo os do grupo de risco, caso desejem, a voltarem para as escolas. Contudo, apesar do documento divulgar procedimentos de segurança à Covid-19, as escolas informam que essas recomendações funcionam apenas no papel. 

Segundo o gestor escolar em Poconé Ricardo Assis, que também é dirigente do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sinterp/MT), há um questionamento muito grande da comunidade escolar sobre os encaminhamentos. “As escolas não receberam adequações para atender estudantes e professores nesse retorno. São dez meses de suspensão das atividades e o governo não adotou medida alguma. Não há mudanças estruturais ou material para essa volta. Empurram a responsabilidade para a escola e não se preocupam com profissionais ou estudantes”, avalia.

A desresponsabilização do governo Mauro Mendes com os riscos e danos provocados pelo contágio da Covid-19 no ambiente escolar tem marcado toda a ação da gestão estadual, em 2020, acredita o presidente do Sintep/MT, Valdeir Pereira. 

O presidente recorda o descumprimento à lei do auxílio emergencial para professores interinos desempregados por decisão do governador; cita a falta de planejamento das aulas remotas e a  sobrecarga na jornada e no bolso, quando deixa sob responsabilidade do professor assegurar equipamentos e conectividade para as aulas virtuais; ou ainda, mais recentemente, quando veta o projeto de testagem da Covid-1 aos profissionais da educação nesse retorno. “Não há comprometimento com o bem-estar do povo de Mato Grosso”, disse Valdeir.

Ricardo Assis afirma que a preocupação é manifestada por outros diretores escolares da Baixada Cuiabana. “Todos sabem que serão eles os primeiros a sofrerem as consequências com possíveis contaminações de profissionais, estudantes e familiares”, alerta. 

Mesmo diante das orientações trazidas pela Seduc, o Sintep/MT propõe que a categoria faça a avaliação do documento e debata sobre os encaminhamentos. Segundo Valdeir Pereira, a pauta será tratada no Conselho de Representantes, nos dias 24 e 25 de outubro, onde se deliberará encaminhamentos.

Assessoria/Sintep-MT


Cuiabá, MT - 20/10/2020 18:34:39


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