Sintep-MT alerta para os prejuízos da militarização de escolas públicas de Mato Grosso

Em protesto contra o desmonte da Educação pública de Mato Grosso realizado no início desta semana, o presidente da Central Única dos Trabalhadores no estado (CUT-MT), e Sec. das Redes Municipais do Sintep/MT, Henrique Lopes, fez um discurso de alerta sobre a medida do governador Mauro Mendes, no sentido de militarizar escolas públicas.

A Lei nº 10.922, que permite transformar as escolas públicas de Mato Grosso em colégios militares, foi sancionada em julho deste ano por Mauro Mendes e contempla uma das principais agendas do governo Bolsonaro. Para Henrique Lopes, transferir a responsabilidade do ensino, dos educadores para militares, pode trazer sérios prejuízos no processo de aprendizagem. “A militarização das escolas públicas é prejudicial, uma vez que não teremos profissionais da Educação devidamente qualificados para o processo de ensino-aprendizagem, já que o modelo proposto pelo governo prevê a criação de um Programa de Gestão Compartilhada Cívico-Militar”, disse. “O governo, ao invés de investir na educação pública fortalecendo a gestão democrática, incluindo a comunidade escolar e respeitando os projetos políticos-pedagógicos das unidades de ensino, segue na contramão disso, criando uma cortina de fumaça para desviar a atenção da sociedade para essa falta de investimento, apresentando os militares como solução milagrosa, e fazendo isso de maneira unilateral, sem conversar com a categoria e nem ouvir os pais de alunos”, criticou Henrique.

Atualmente, Mato Grosso possui oito escolas militares, sendo sete da Polícia Militar, que estão localizadas nos municípios de Cuiabá, Confresa, Sorriso, Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, Juara e Rondonópolis (em fase de implantação), e uma do Corpo de Bombeiros, em Alta Floresta.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), Valdeir Pereira, destaca que a militarização da escola pública constitui práticas pedagógicas que restringe o que seriam princípios constitucionais do pluralismo de ideias e de concepções. O dirigente do Sintep-MT alerta ainda para o desvio de finalidade da função da Polícia Militar, que é fazer a segurança da população. “Além disso tudo, sabemos que, por tradição, as escolas militares destinam parte das matrículas para filhos de militares e a sobra é aberta para a concorrência dos demais estudantes. São recursos públicos, ou seja, de todos, assegurados para apenas alguns", criticou.

Fonte: Sintep-MT


Cuiabá, MT - 15/12/2020 16:31:25


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