Live debate violência contra a mulher e a luta por direitos femininos

Live "Juntas contra a violência e por direitos" 

Em referência ao Dia Internacional da Mulher, celebrado mundialmente em 8 de março, uma Live que aconteceu nesta quinta-feira (04/03) promovida pela Central Única dos Trabalhadores de Mato Grosso (CUT-MT), com mediação da secretária da Mulher Trabalhadora da CUT-MT e dirigente sindical, Angelina de Oliveira, com diversas falas femininas, marcou as discussões em torno da violência contra as mulheres e também a luta por direitos. 

A primeira palestrante convidada, doutora Rosana Leite Antunes de Barros, Defensora Pública do Estado, destacou o avanço das leis em torno das pautas envolvendo direitos das mulheres. “As mulheres ainda estão morrendo dentro de casa e é preciso que se crie um processo de conscientização coletiva para que elas consigam se enxergar como vítimas, antes que seja tarde. A lei Maria da Penha foi um marco importantíssimo, no entanto, ainda temos muito o que avançar”, disse a Defensora.

Entre as Leis implementadas afim de combater a violência contra as mulheres no Brasil, a jurista lembrou da legislação acerca do feminicídio, que colocou o homicídio como crime de homicídio qualificado e ainda a Lei nº 13.239 que garante cirurgia plástica reparadora pelo SUS a mulheres vítimas de violência que tenham ficado com sequelas físicas. “É preciso colocar em evidência esses direitos e fazer com eles sejam aplicados. Nossa luta é para que isso não fique só no âmbito teórico”, disse.

O encontro virtual ainda contou com a participação da Secretária Geral da CUT-MT, Guelda Andrade, que na oportunidade, falou sobre uma cartilha eletrônica produzida pela Central e que tem como tema: “Mulheres de Luta – O que é preciso saber sobre seus Direitos?”. “Essa cartilha é uma forma de alcançar cada vez mais as mulheres proporcionando informações que são de extrema relevância para que possamos construir uma sociedade onde as mulheres tenham a liberdade para ser quem são e serem respeitadas enquanto seres humanos. Vivemos num mundo onde nos contaram que as mulheres são como ‘polvos’, com muitos braços e sempre dispostas a fazerem mil coisas. Mas essa é, na verdade, uma invenção da cultura capitalista criada com o objetivo de nos explorar física e emocionalmente. Que nesse 8 de março possamos nos amar, nos priorizar e nos respeitar enquanto seres humanos que possuem dor, desejos e sonhos, que possamos ter o direito de viver cada um deles" disse Guelda. “Quero que num futuro próximo, possamos celebrar essa data sem precisar temer por nós ou nossas filhas. Que neste 8 de março possamos renovar o pacto com a vida por toda aquelas que já se foram, e por todas que ainda virão, por isso reafirmamos o compromisso de uma sociedade mais justa e humana, considerando a individualidade de cada uma de nós", declarou a sindicalista. 

A doutoranda em Saúde Pública pela Fio Cruz, Lucinéia Miranda, foi a segunda palestrante do encontro e falou sobre como funciona a concepção de violência. “Temos como violência de fato, que choca, aquele olho roxo, a ferida exposta. Mas a realidade é que a violência hoje é naturalizada. Ela é culturalmente respaldada, seja por palavras, por piadas, pelo desrespeito. Um exemplo muito escancarado disso são as cantigas de criança, como ‘o cravo brigou com a rosa e ela ficou toda despetalada’, ou a dona minhoca, ‘me dê um beijo.. me dê um beijo.. não dou, não. Então eu vou roubar’. Tudo que vemos é o desmerecimento da mulher quanto às suas vontades, subjetivando a violência contra as mulheres desde a infância”, descreveu.

Lucinéia ainda abordou a hierarquização social, que abrange classes sociais, mercado de trabalho e qualquer tipo de relacionamento. “A sociedade ainda coloca no topo o homem branco, hétero, cristão. A mulher, se chega a uma certa idade e não se casou, já é menosprezada, em especial se for pobre e negra”, disse. “Uma mulher vítima quando chega a uma delegacia para fazer uma denúncia, sofre muitas vezes, um julgamento prévio tendo como base sua situação social e isso interfere no acolhimento que ela deveria ter. Quanto mais longe dessa linha hierárquica social, mais desvalorizada essa mulher é, por isso, é tão importante promover essa reflexão coletiva para fazermos os enfrentamentos a essa cultura machista”, explicou.

A mediadora do debate, Angelina de Oliveira, ressaltou ainda a importância dessa consciência sobre o que, de fato, é violência. “Esses encontros de mulheres são fundamentais para nos fortalecer nessa luta. Colocar em evidência esse tipo de discussão coloca em pauta esse processo de construção de uma nova cultura, de valorização da mulher e de respeito”, disse.

Assista a live da CUT-MT na íntegra


                                           Na segunda-feira, dia 8 de março, a Central Única dos Trabalhadores em Mato Grosso irá realizar uma carreata “Pela Vida das Mulheres”, que terá concentração às 15h30 na Praça Ulisses Guimarães, em Cuiabá, seguindo até o Palácio Paiaguás.

Fonte: Assessoria/Sintep-MT.

Cuiabá, MT - 05/03/2021 15:52:49


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