Um grupo de pais e mães angustiados por verem seus filhos fora da escola, depois de buscarem as autoridades e na demora de uma solução, resolveram fazer uma abaixo-assinado para acionar o Ministério Público, na expectativa que seus filhos possam frequentar a escola ainda em 2017.  O documento relatando a situação das famílias foi protocolado nesta segunda (14.08) junto à Promotoria Pública em Várzea Grande.

A iniciativa dos pais, é uma tentativa de assegurar  o direito fundamental dos seus filhos, já que o poder público municipal não atendendo. E, alertam: SE O GOVERNO ESTADUAL NÃO CONSTRUIR MAIS ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL EM VÁRZEA GRANDE, A SITUAÇÃO DA CRIANÇAS EM IDADE DE  CRECHE E ALFABETIZAÇÃO VAI PIORAR.

A Direção do Sintep/VG esteve presente na Cohab São Benedito, um dos conjuntos habitacionais entregues, recentemente, aos novos moradores e testemunhou a dura realidade. Pois, a prefeitura municipal de Várzea Grande, não fez a lição de casa: não tem escola e nem creche no bairro e nas proximidades as escolas estão lotadas. Assim, desde o retorno das aulas no final de julho, o que já se aproxima de uma mês de aula, muitas crianças estão sem frequentar as classes de alfabetização e creches.

Na Cohab São Benedito, os pais e mães relatam que tiveram que deixar o emprego para ficar com as crianças e outros falam das dificuldades que  passam para que os filhos possam chegar em uma escola.

Há relatos de que crianças se perderam entre as etapas da Cohab, por que o motorista do ônibus que passa somente na rua principal não tem como acompanhar as crianças até em suas casas. Não há monitor para acompanhar as crianças de 6 e 7 anos de idade.  No documento protocolado pelos pais, também tem relato de criança da educação especial que deixou de ser atendida pela Smecel.

Segundo os moradores, o Conselho Tutelar do Menor e até os vereadores têm conhecimento da situação. Mas, até o momento, nenhuma solução foi apresentada. Um morador que não quis se identificar relatou que um vereador chegou a dizer que os moradores daquele conjunto habitacional deveriam agradecer por terem recebido a casa e para o ano, a prefeitura iria resolver a situação, para isso iria ser feito um recadastramento das famílias.

Para o professor Gilmar Soares Ferreira, presidente da subsede do Sintep em Várzea Grande, o sofrimento das famílias na busca de uma vaga para seus filhos na creche ou escola em Várzea Grande pode ainda piorar. "O Estado de Mato Grosso abandou o Ensino Fundamental como uma de suas prioridades e vem jogando esta responsabilidade para os municípios, justamente o ente que menos arrecada em termos de impostos. Para o dirigente sindical, o que acontece em Várzea Grande é um retrato da desresponsabilização do Governo do Estado no atendimento do Ensino Fundamental", afirma.

Maria Aparecida Cortez, secretária geral do SintepVG, conta que em Várzea Grande, depois da Escola Estadual Jaiminho, 10 anos atrás, e as escolas Garcia Neto e Dante de Oliveira que funcionam em barracões, a Escola Elizabete Maria Bastos inaugurada na noite desta terça-feira (15.08), é a primeira escola construída pelo governo estadual. "Enquanto o governo do estado não assume sua responsabilidade, o município é obrigado a atender o ensino fundamental, quando deveria dar prioridade à Educação Infantil (creche e pré-escola). Assim, as famílias e as crianças irão continuar no prejuízo", avalia.

Além do problema da falta de vagas, os moradores da Cohab São Benedito relatam ao Ministério Público um cenário de violência que já envolve o bairro, com muitos assaltos às pessoas e casas e acidentes de trânsito. O medo de suas crianças estarem expostas a esta situação é grande, afirmam os pais e mães.

Sintep/VG

Ciuabá, MT - 16/08/2017 09:56:57


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