Foi aberto, hoje (21) de manhã, o curso de extensão "Branqueamento, branquice, brancura e embranquecimento do negro", no auditório do Centro de Educação de Jovens e Adultos (CEJA) Cesário Neto. O evento é promovido pelo Departamento de História do campus de Rondonópolis da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Centro de Formação e Atualização de Professores (Cefapro) de Cuiabá e Movimento Negro de Rondonópolis (MNR), em parceria com o Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT).
Mais de 150 professores da
rede pública de ensino se inscreveram no curso. A abertura foi conduzida pelo
presidente do Sintep/MT, Gilmar Soares Ferreira. "É importante discutir a
problemática racial como uma política de inclusão social e de direitos humanos
dentro de cada unidade escolar, de forma organizada e qualificada", ressaltou.
A secretária de Formação
Sindical, Marli Keller, também participou da abertura. "O objetivo principal é
promover a discussão sobre a diversidade racial, a exemplo de seminários já
realizados pelo Sintep/MT com este tema. Inclusive, a proposta deste curso surgiu
nesses encontros", frisou. Exatamente por partir da categoria, o curso teve uma
adesão satisfatória. A intenção, agora, é que o debate seja intensificado e
multiplicado nas salas de aula.
Segundo a secretária de Estado
de Educação, Rosa Neide Sandes de Almeida, a iniciativa é importante e serve
como base para a discussão de reestruturação da política de formação
desenvolvida pelos Cefapros. Ela lembrou sua própria história familiar que, a
exemplo de muitas famílias que colonizaram Mato Grosso, um dos Estados
brasileiros com o maior número de população negra, sofre com o processo de
branqueamento imposto por padrões sociais, negando "nossas origens africanas".
Braços do racismo - O professor pós-doutor, Flávio da Silva Nascimento, facilitador do
curso e autor do livro "O Beabá do Racismo contra o Negro Brasileiro", disse
que o branqueamento, a branquice, a branquitude e a brancura são braços do racismo.
"E responsáveis também por um tipo especial de embranquecimento do negro de
difícil percepção e denominação que eu chamo de Chilunguismo Eclético, fenômeno
atinente ao novo racismo".
O curso, gratuito, tem
duração de 48 horas e será encerrado no dia 26 de fevereiro, próximo sábado,
com exibição dos filmes Café com Leite e Cafundó, e debate. Além do
certificado, os participantes são contemplados com um volume do livro de Flávio
Nascimento.