Diante da decisão dos trabalhadores de educação de rejeitar a proposta do governo e aprovar greve a partir da próxima segunda-feira (6), o presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), Gilmar Soares Ferreira, protocolizou hoje (01) ofício na Secretaria de Estado de Educação (Seduc/MT) informando à secretária Rosa Neid Sandes de Almeida a decisão do sindicato de não participar do Grupo de Trabalho Integrado que deveria fazer a análise da receita e sua aplicação na Educação do Estado.   

No documento, o presidente do Sintep/MT reitera que os estudos realizados pelo Sindicato comprovam que é perfeitamente possível o pagamento imediato do piso salarial de R$ 1.312,00. Reafirma ainda a disposição de luta da categoria e apela "para o fato de que a realidade de nossas escolas públicas em termo de pessoal efetivo, infraestrutura e projeto curricular exigem novo patamar de investimento em educação".

Para Gilmar Soares, "em ano de elaboração do PPA (2001-2016), avançar para aplicação dos 35% em educação é condição sem a qual não lograremos condição de cidadania à maioria dos filhos e filhas de Mato Grosso".

Piso imediato - A aplicação imediata do piso salarial de R$ 1.312,00 não está fora da realidade financeira de Mato Grosso. Se esse valor já fosse praticado, a folha de pagamento da pasta custaria pouco mais de R$ 760 milhões, o que equivale a 57,82% da arrecadação estadual da Educação. Portanto, não ultrapassa os 60% que devem ser destinados ao pagamento de salários dos profissionais da educação. Essa análise está fundamenta no estudo feito pelo Sintep/MT e que não foi contestado pela  Seduc.

A folha de pagamento atual onera cerca de R$ 688 milhões, o correspondente a 52,31% da receita. Considerando a destinação de 25% da arrecadação estadual para a Educação, conforme preceitua a Constituição Federal, a pasta contabiliza pouco mais de R$ 1 bilhão e 300 milhões. Consequentemente, a Seduc poderia destinar para a folha de pagamento até R$ 789 milhões, obedecendo à destinação de 60% para este fim, que está estipulada na Lei Complementar n° 388 sancionada pelo governo do Estado em 2010.

O Sintep/MT também comparou quanto seria destinado à folha de pagamento mediante os 10% de reajuste salarial que constam na primeira proposta da Seduc encaminhada à categoria. Neste caso, o total de recursos gastos com salários seria mais de R$ 734 milhões, ou 55,85% da receita da Educação. Ou seja, abaixo dos 60% previstos na legislação.

Ato público - No dia 06 de junho, início da paralisação, os trabalhadores da Educação participarão de audiência pública para discutir as perdas de recursos da Educação em Mato Grosso, às 14 horas, na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT). Em seguida, farão público em frente ao prédio da Casa de Leis para marcar o início da greve na rede estadual de ensino.

Confira aqui a íntegra do ofício encaminhado à Seduc.

Confira aqui as deliberações do Conselho de Representantes e da Assembleia geral


Cuiabá, MT - 01/06/2011 00:00:00


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