O Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT) acompanhou, hoje (24) de manhã, a audiência do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) com o governador Silval Barbosa (PMDB), no Palácio Paiaguás. A ação foi resultado da semana de protestos realizados pelo MST, durante a Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária e contra a Impunidade - "Abril Vermelho".

Segundo Antônio Carneiro, um dos coordenadores do MST em Mato Grosso, o "objetivo é resolver os problemas da agricultura familiar que está abandonada há 15 anos". As dificuldades vão desde a carência de infraestrutura até a falta de uma política pública de desenvolvimento de assentamento, de capacitação, agroindústria, comercialização, transporte, assistência técnica e pesquisa, dentre outras.

Em Mato Grosso, são 550 assentamentos com aproximadamente 90 mil famílias. Além da solução dos problemas de carência de estradas, pontes, habitação, escolas em péssimas condições e falta de merenda escolar, o MST cobrou também a rediscussão a questão do Zoneamento Socioeconômico Ecológico (ZSEE).

A secretaria-geral do Sintep/MT e presidente do Conselho Estadual de Alimentação Escolar (CEAE/MT), Vânia Maria Rodrigues Miranda, falou da precariedade em que se encontram as escolas do campo. "O Sintep/MT já encaminhou documentos apontando a falta de estruturas das escolas estaduais Florestan Fernandes e Dorothy Stang, em Claúdia, e da Escola Estadual Welington Flaviano, em São José do Povo. São escolas sem condições nenhuma de funcionamento", afirmou.

A sindicalista lembrou ainda que o Estado de Mato Grosso não aplica os 30% dos recursos destinados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para a compra de produtos da agricultura familiar. "Os produtores da agricultura familiar não conseguem participar por falta de assistência técnica", frisou.

As lideranças do MST entregaram a pauta de reivindicação do movimento ao governador. Silval Barbosa se prometeu a dar uma resposta até maio, após a análise de cada item do documento com os respectivos secretários de Estado.

Para o MST, essa foi uma forma de protelar a decisão. "Deixar a resposta só para maio é uma forma de enrolar", avalia Antônio Carneiro. "Esta foi a quarta conversa, desde 2010, e as coisas não andaram. Então, corre o risco de acontecer a mesma coisa", alerta.

Aproximadamente 250 trabalhadores do MST estão na sede da superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra-MT), no Centro Político Administrativo de Cuiabá. Eles devem continuar acampados para pressionar o governo.

 

Cuiabá, MT - 24/04/2012 00:00:00


Print Friendly and PDF

Exibindo: 5781-5790 de 7589

Facebook

Curta nossa página no Facebook

Twitter

Siga nosso perfil no Twitter