Os negociadores brasileiros
e estrangeiros na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento
Sustentável, Rio+20, querem fechar até o fim da noite de hoje (18) o texto
final. Três sessões de trabalho, começando às 10h e seguindo até as 22h, estão
programadas. A tendência, segundo eles, é excluir as propostas conflitantes,
como está no rascunho fechado sábado (16), e manter recomendações gerais.
Chefiados pela delegação do
Brasil, os representantes de 193 países se dedicam a elaborar um texto conciso,
preciso, claro e abrangente, de acordo com os negociadores. Até o começo da
conferência, o documento tinha 200 páginas, depois passou para 80 e há três
dias foi resumido a 50.
O secretário executivo
da Rio+20, Luiz Alberto Figueiredo
Machado, negou ontem a hipótese de que um documento sem conclusões seja
entregue aos 115 chefes de Estado e de Governo, no próximo dia 20. De acordo
com ele, há apelos de várias delegações para que um texto negociado chegue às
mãos dos líderes para que discutam os assuntos de forma ampla.
No entanto, até ontem (17) à
noite as divergências permaneciam, principalmente sobre as questões envolvendo
definições de recursos, metas específicas, o conceito de economia verde e a
transformação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) em
organismo autônomo.
Os países desenvolvidos,
liderados pelos Estados Unidos, o Canadá, a Austrália e o Japão, alegam
dificuldades internas causadas por numerosos fatores, inclusive a crise
econômica internacional, para assumir responsabilidades pontuais com o repasse
de recursos. Desde sábado, foi retirada a discussão sobre a criação de um
fundo, de US$ 30 bilhões, para garantir a execução de propostas relativas ao
desenvolvimento sustentável.
Também há divergências sobre
as propostas referentes à proteção dos oceanos, pois os norte-americanos
resistem à regulação de águas internacionais, alegando questões de segurança
interna. Mas o embaixador brasileiro
disse que é possível ainda buscar um consenso e incluir o tema no texto a ser
finalizado hoje.
No rascunho de 50 páginas
obtido pela Agência Brasil, foram excluídos os assuntos polêmicos e mantidas as
recomendações gerais sobre o desenvolvimento sustentável com inclusão social e
erradição da pobreza e da fome. Para a delegação brasileira, o texto apresenta
avanços. "O texto não só impede
retrocessos como traz avanços em várias áreas, como criar objetivos de desenvolvimento
sustentável", disse o embaixador. "Isso não é pouca coisa."
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