“Mais do que trabalhar com sexualidade é preciso desenvolver o sentimento de querer isso”. A frase é da professora, assistente social e representante da Escola de Saúde Pública de Mato Grosso Sul (ESP/MS), Estela Márcia Rondina, ao abordar o tema “Desafios da Promoção à Saúde e Prevenção ao HIV/AIDS para Adolescentes e Jovens da Escola Pública”, no III Seminário Estadual sobre Gênero e Diversidade Sexual do Sintep-MT e VI Seminário Estadual de Saúde e Prevenção nas Escolas (20 e 21.11), em Cuiabá.
Segundo Estela Rondina, as práticas sobre a discussão da sexualidade, principalmente no ambiente escolar, geram regularmente dois posicionamentos dos adultos, denominados por estudiosos como suicidas. O primeiro deles é deixar de falar sobre sexualidade com o intuito de proteger esses jovens e adolescentes. “O que acaba aviltando o direito desse ser humano, em desenvolvimento”, esclarece. E o segundo, é o da negligência. “Acreditar que os adolescentes ‘sabem de tudo’ e coloca para eles o rumo de suas vidas”, diz.
Estela destaca a necessidade de se desenvolver um projeto pedagógico desafiante. Citando Paulo Freire, defende a prática da amorosidade emancipatória, em que juntos, estudantes e comunidade, professores, funcionários, pais, descobrem caminhos coletivos para vencer as diferenças. Para ela, a escola tem a função de desenvolver o pensamento crítico da sociedade. “Temos que dizer não sei e buscarmos uma solução coletiva”.  Esse posicionamento, conforme a pesquisadora, fará a diferença na promoção da saúde e no acolhimento dos jovens frente as diversas situações vivenciadas na questão da sexualidade.   
Atualmente o grande desafio das escolas está fazer o debate com a finalidade de orientar e esclarecer os jovens e adolescentes no processo de Saúde e Prevenção, seja das doenças sexualmente transmissíveis, do HIV/AIDS, das questões de gênero e outras que envolvem a sexualidade. “A onda do fundamentalismo religioso que está assolando o país tem reduzido o número de adesões das escolas ao Programa Saúde na Escola (PSE)”, cita.
A discussão realizada sábado registrou também a presença das representantes das Secretarias de Estado de Educação e de Saúde, Nilza Fonseca e Maidan Lara (técnicas do PSE/Seduc) e Cleide Elaine de Souza (coordenadora do Programa Saúde e Prevenção na Escola – SES), respectivamente.
As representantes dos programas nos órgãos estaduais apresentaram as ações que os programas desenvolvem nas escolas. No entanto, entre os índices e estatísticas confirmaram a redução do número de adesão ao PSE em 2014/2015 (o período de adesão termina em 30 de novembro). A participação em 2013/2014 foi de 139 municípios, enquanto este ano estão em   133, até agora. “O programa orienta e ela é fundamental, pois os casos de HIV em adolescentes e aumentou na faixa de 14 a 25 anos, em 40% em 2013, em comparação com o ano anterior”, destacou Cleide Souza.  Hoje o Estado tem 1069 registros de casos de HIV, sendo que desses 616 são em meninas.
Assessoria/Sintep-MT


Assessoria/Sintep-MT

Cuiabá, MT - 21/11/2015 19:47:29


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