No Brasil, como em todo o mundo, os direitos sociais e as liberdades democráticas foram conquistas dos trabalhadores e da sociedade que demandaram muita luta, sacrifícios, greves, mobilizações e até mesmo a perda de vidas.

Para nós a democracia é um valor intrínseco a uma sociedade desenvolvida e justa. Não há democracia verdadeira sem justiça social. Não há democracia sem liberdade de organização e expressão para todos.

A frágil e imperfeita democracia brasileira existe porque os trabalhadores e os movimentos sociais, apesar da resistência das elites e dos acordos de bastidores, enfrentaram a ditadura militar nas ruas, nas fábricas, nas escolas e em todos os lugares. Contudo, determinados setores ontem aliados ao que existe de mais conservador em nosso país arvoram-se no direito de pleitear para si todas as liberdades, ao mesmo tempo em que as negam aos trabalhadores e à maioria da população.

Neste momento, a investida reacionária recai sobre a Apeoesp, o sindicato dos professores estaduais de São Paulo. E não é a primeira vez. Sempre que o magistério paulista se levanta na luta por salários dignos, condições de trabalho e políticas educacionais que assegurem educação de qualidade, o executivo se alia ao poder judiciário, com apoio da mídia, para criminalizar o sindicato e tentar inviabilizar a organização da categoria.

Os meios de comunicação, no nosso país, converteram-se em um poder. Costuma-se dizer que, aqui, a versão vale mais que o fato. Muitas vezes a notícia está pronta antes mesmo que o fato ocorra, como no caso da cobertura da recente greve dos professores. É incrível verificar a uníssona voz dos editoriais e reportagens dos principais meios de comunicação para desqualificar o movimento como "eleitoreiro" e para pedir sua punição exemplar. Trata-se, na verdade, de um escandaloso alinhamento dos proprietários dos principais jornais, rádios e TVs com a candidatura presidencial do Sr. José Serra, ex-governador que se recusou a negociar com os professores, lançando mão até mesmo de violenta repressão policial para tentar calar o movimento.

Permitir a criminalização da Apeoesp é abrir mão dos direitos duramente conquistados. Por isto, solidarizamo-nos com a Apeoesp, com sua presidenta, Maria Izabel Azevedo Noronha - pessoalmente atacada em todo o processo e hoje vítima de injustificável processo por expressar suas opiniões - e com todos os professores e professoras da rede estadual de ensino de São Paulo. Nossa solidariedade é aquela de quem observa os acontecimentos, mas é solidariedade militante que reconhece na luta do magistério paulista a expressão da luta de todos por educação pública de qualidade e pelo fortalecimento da democracia.

 

Direção Central do Sintep/MT

Cuiabá, MT - 22/04/2010 00:00:00


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